RUBRICA «CRÓNICA AO ESPELHO»
Rubrica do quotidiano com um número variável de textos em cada publicação. Nesta seguem-se três crónicas de autores diferentes.
São sete horas da manhã. Olho para o relógio e sei que me restam poucos minutos para descansar. E que desagradável é sair deste meu ninho, que de manhã, para contrariar a minha obrigação que é levantar–me, está tão quentinho.
Levanto-me e sei que me espera mais um longo dia com escassos minutos de descanso.
Mais uma vez cheguei tarde às aulas … já comecei mal o dia e nada a fazer…
Já tocou para sair; normalmente vou almoçar. Tenho fome e preguiça.
Horas de ir para a escola e as aulas da tarde passam tão devagar que só me apetece deitar a cabeça sobre a mesa e embarcar para uns minutos de descanso. Correu mal. De repente oiço a voz do professor e acordo sobressaltada. Parece que dormi tanto, mas tão pouco. Oiço o toque. É hora de sair. Tenho poucos minutos para arranjar a mala e ir para o treino; por isso, tenho que acelerar o passo. A calçada está escorregadia, as gotas da chuva escorrem-me pelo rosto, mas não há tempo a perder: há treino e eu já estou atrasada.
Finalmente, chego ao ginásio e assim que vejo o meu treinador e os meus colegas percebo porque é que, de facto, vale a pena todo e qualquer esforço.
Equipo-me, calço as luvas depois de meter as ligaduras. É hora de treino e aí lembro-me do quão abençoada sou por gostar desta modalidade e fazer parte desta equipa.
Joana Monteiro (10ºC, CPTT)
Estou aqui de lápis na mão, tentando pensar em algo para escrever do quotidiano. Algo que se pareça com uma crónica. Penso, penso… mas não me ocorre nada. Fecho os olhos tentando refletir sobre tudo ao mesmo tempo, vejo-me a mim, a minha alma, alegre e risonha, que por vezes tem mau feitio, eu sei…. Por vezes dou comigo perdida nos meus próprios pensamentos, sem saber bem o porquê do que penso.
Acredito que o brilho dos meus olhos reflete algo, reflete a minha alma, aquilo que sou. Uma rapariga que quem a conhece, não conhece verdadeiramente…
Patrícia Gomes (10ºC, CPTT)
Sentada no chão do meu quarto, olho-me ao espelho e vejo uma rapariga alegre por fora, mas um sentimento triste por dentro, um sentimento inexplicável, um sentimento que me destrói e corrói por dentro.
Muitas vezes penso para mim própria, o porquê? O porquê dessa distância, dessa angústia, dessa tristeza.
Sou uma pessoa que passa um dia inteiro a sorrir, e quando a noite ainda é uma criança, vêm as lembranças à cabeça e afogo as mágoas na almofada.
No meu ver, uma pessoa não se cria, mas sim constrói-se.
Todos nós desde o primeiro dia de vida até ao último segundo, aprendemos com as experiências de vida, são elas que nos tornam mais fortes e experientes, a conhecer e decifrar o mundo em que vivemos e o que nos rodeia, porque a vida é mesmo assim, um labirinto, em que, quem não encontrar a saída certa, nunca terminará o jogo.
Fábia Sulemane (10ºC, CPTT)